Fome emocional: quando as emoções falam mais alto que o estômago
Um guia rápido sobre como identificar esse padrão alimentar
Dr. André Colapietro Guida Barbosa
9/2/20252 min read
Você já se pegou abrindo a geladeira mesmo sem estar com fome? Ou recorrendo a um doce após um dia estressante? Se a resposta é sim, saiba que isso é mais comum do que parece e tem até nome: fome emocional.
O que é fome emocional?
Diferente da fome física — que surge gradualmente, pode ser saciada com diferentes alimentos e está ligada à necessidade real de energia — a fome emocional acontece quando buscamos na comida uma forma de lidar com sentimentos.
Ela costuma surgir de maneira repentina, com um desejo específico (geralmente por alimentos mais calóricos, doces ou ultraprocessados) e não se resolve com a saciedade. Muitas vezes, mesmo após comer, a sensação de vazio ou desconforto emocional persiste.
Emoções mais comuns associadas ao comer emocional
Entre os sentimentos que frequentemente levam alguém a comer sem fome física estão:
Ansiedade: a comida pode funcionar como uma tentativa de acalmar a mente acelerada.
Estresse: em situações de sobrecarga, o ato de comer traz uma sensação imediata de recompensa.
Tristeza e solidão: aqui, o alimento aparece como um “companheiro” momentâneo.
Tédio: comer se torna um passatempo diante da falta de estímulos.
Raiva: a mastigação e o prazer imediato funcionam como válvula de escape.
Alegria e celebrações: a comida como forma de recompensa ou comemoração (“eu mereço”).
Por que isso pode se tornar um problema?
O comer emocional em si não é uma “falha de caráter” nem significa falta de força de vontade. Todos nós, em algum momento, usamos a comida para lidar com emoções.
O problema aparece quando isso se torna frequente e automático, levando a:
Ganho de peso indesejado;
Sensação de perda de controle;
Culpa após comer;
Manutenção de um ciclo de comer → sentir culpa → comer de novo para aliviar a culpa.
O que pode ajudar?
Reconhecer que a fome emocional existe já é o primeiro passo. Algumas estratégias que podem auxiliar são:
Identificar os gatilhos: observar em quais situações você costuma comer sem fome.
Procurar alternativas: substituir o ato de comer por outras formas de lidar com a emoção (ex.: caminhar, ouvir música, conversar com alguém).
Estabelecer uma relação mais consciente com a comida: praticar mindful eating (atenção plena ao comer).
Buscar ajuda profissional: acompanhamento médico e psicológico pode ser fundamental quando a situação traz prejuízos à saúde ou à qualidade de vida.
Conclusão
A fome emocional é um fenômeno comum e humano. Entender suas raízes e aprender a lidar com ela, sem culpa, é um caminho para mais equilíbrio e bem-estar.
"Se você sente que o comer emocional tem atrapalhado sua saúde ou seu bem-estar, marque uma consulta. Juntos podemos entender melhor seu caso e traçar estratégias personalizadas.
