Uso de testosterona em mulheres: o posicionamento atual da SBEM e outras sociedades médicas.
Pontos-chave da publicação de Maio de 2025 pela SBEM, FEBRASGO e o Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC sobre o uso de testosterona em mulheres.
Dr. André Colapietro
6/19/20251 min read
1. Indicação clínica reconhecida
O único diagnóstico reconhecido para o tratamento com Testosterona em mulheres é no Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo na Pós‑menopausa (TDSH), com destaque de que esse é um diagnóstico clínico e de exclusão, devendo ser afastado o hipoestrogenismo, a depressão, efeitos colaterais medicamentosos (principalmente antidepressivos), problemas de relacionamento ou fatores psicossociais.
Qualquer outro uso é considerado off‑label.
2. Ausência de formulações aprovadas
Atualmente não há formulação registrada pela ANVISA para mulheres. Implantes e preparações manipuladas são desaconselhados, devido à falta de controle de dose e segurança.
3. Uso restrito e sem benefícios não clínicos
Não há eficácia comprovada da testosterona para emagrecimento, ganho de massa muscular, melhora de energia, rejuvenescimento ou prevenção cardiovascular.
Evita-se utilizar termos como “hormônios mágicos”, "modulação hormonal", etc.
4. Riscos e efeitos adversos
Aplicação inadequada pode causar hirsutismo, acne, alopecia, mudança na voz (voz grossa), alterações lipídicas, lesão hepática, risco cardiovascular e dependência psicológica.
5. Diagnóstico e monitoramento
Não diagnosticar “deficiência de androgênio” baseado apenas em dosagem sérica de testosterona. A avaliação laboratorial só é indicada para investigação de hiperandrogenismo (SOP, tumores, etc.)
O conceito de deficiência androgênica feminina não é reconhecido cientificamente.
O teste laboratorial não é preciso para diagnosticar deficiência e deve ser utilizado na investigação do excesso do hormônio.
🔍 Conclusão
O posicionamento das entidades médicas reafirma que o uso de testosterona em mulheres é altamente restrito e deve seguir critérios rigorosos de indicação, diagnóstico diferencial e monitoramento. Qualquer prescrição fora do TDSH em pós‑menopausa é considerada off‑label e pode trazer mais riscos do que benefícios.
Consulte sempre um especialista!
